quarta-feira, 19 de agosto de 2015

MANÉ GARRINCHA


Já que vocês querem que o homenageado seja Mané Garrincha, assim será.

Francisco Manoel dos Santos nasceu em outubro de 1933, em Pau Grande, distrito de Magé, na Baixada Fluminense. Foi na infância que ganhou o apelido de Garrincha, pois gostava muito de caçar o pássaro de mesmo nome que havia na região. Ele nasceu em uma família muito humilde e rinha vários irmãos.

As pernas tortas eram a característica marcante do jovem Manoel, mas não se sabe se ele já nasceu assim ou se foi sequela de uma poliomelite. Mas isso pouco importava para um garoto que tinha uma paixão: jogar futebol. Ele gostava de jogar, mas não torcia por nenhum time. Dizem que na final da Copa do Mundo de 1950 Garrincha estava pescando tranquilamente em um rio próximo enquanto sua família acompanhava o jogo Brasil x Uruguai por um rádio à válvula. E quando voltou da pescaria não entendeu o motivo da tristeza - o Brasil havia perdido o jogo por 2x1.

Na adolescência começou a jogar futebol no Esporte Clube Pau Grande, um clube amador da região, e logo nos primeiros jogos despertou a atenção de Arati, ex-jogador do Botafogo. Mas antes de chegar ao Glorioso, Garrincha atuou no Serrano - e só recentemente isto foi comprovado, quando um empregado achou a primeira ficha de jogador profissional de Mané no clube petropolitano que estava perdida há décadas. Tentou mesmo fazer testes em alguns clubes da capital, porém não teve sucesso.


Não se sabe como chegou ao Botafogo, mas logo no primeiro treino deu vários dribles que deixaram Nilton Santos desconcertado. E o próprio Nilton, que já era ídolo alvinegro, pediu à diretoria para fazer logo um contrato para o garoto Garrincha, pois o lateral esquerdo não queria jogar contra ele. E assim o menino de Magé começava a fazer história no Botafogo. Estreou em 19 de julho de 1953 no jogo em que o Botafogo venceu o Bonsucesso por 6x3 e já deixou a primeira marca. O último gol de sua carreira no Botafogo foi em 22 de agosto de 1965 na vitória de 1x0 sobre o Flamengo e o último jogo foi em 16 de setembro de 1965 na vitória de 2x1 sobre a Portuguesa/RJ. Pelo clube da Estrela Solitária foram 614 jogos e 245 gols.

Em 1955, chegou à seleção brasileira e foi aí que o nome Mané Garrincha começou a se tornar conhecido e entrar na história do futebol. Ele assombrou o mundo na Copa de 1958 junto com um garoto conhecido como Pelé e durante anos formaram um dos ataques mais mortais da história da seleção, tanto que o Brasil nunca perdeu com eles juntos em campo.


Foi em 1962 o auge da carreira de Garrincha, sendo campeão carioca pelo Botafogo e mundial pela seleção brasileira. Num dos primeiros jogos da Copa de 62 Pelé de machucou, Garrincha chamou a responsabilidade para si e marcou gols que nunca havia conseguido marcar, como um com a perna esquerda.


No auge da carreira, os excessos provocados pelo álcool e pelas infiltrações no joelho começaram a causar estrago. A estrela de Garrincha começou a se apagar... O Botafogo fez o que podia para seu grande astro continuar em grande forma e continuar levando multidões ao Maracanã - muitos que não torciam pelo Botafogo iam aos jogos para vê-lo atuar.

Em 1965 achou melhor sair do Botafogo pois não era mais o mesmo e começou a peregrinação por outros clubes. Defendeu Corinthians, Portuguesa Santista, Júnior de Barranquilla (Colômbia), Flamengo, Red Star 93 (França) e Olaria, mas sem o brilhantismo de outrora. Encerrou a carreira em 1972 e se afundou no álcool.

Em 20 de janeiro de 1983 uma notícia soou como uma bomba para os amantes do futebol: "GARRINCHA ESTAVA MORTO". Morto para o futebol e então morto para a vida. Mané faleceu devido a complicações causadas pelo alcoolismo.

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