quarta-feira, 26 de agosto de 2015

DIDI



E o saudoso ex-meio campo Didi foi o vencedor da terceira enquete e será o homenageado da semana.

Valdir Pereira (Didi) nasceu em 8 de outubro de 1928, na cidade de Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro. Por causa do elegante estilo de jogar, recebeu  do famoso escritor Nélson Rodrigues o apelido de Príncipe Etíope do Rancho. Além deste apelido, também ganhou o de Folha Seca, que era a técnica de bater na bola com o lado externo do pé, e fazendo-a girar sobre si mesma de modo a modificar sua trajetória.

Quando jovem, Didi defendeu o São Cristóvão, o extinto clube Industrial/RJ, o Rio Branco/RJ, o Goytacaz e o Americano, clube pelo qual se profissionalizou. E já como jogador profissional, além do Americano, defendeu Lençoense, Madureira, Fluminense, Botafogo, Real Madrid (Espanha), Sporting Cristal (Peru) , São Paulo e Veracruz (México).

Foi no Tricolor das Laranjeiras que Didi se tornou conhecido e defendeu o clube por sete anos entre 1949 e 1956. Mas foi no Botafogo que atingiu o auge da carreira, passando a ser conhecido no mundo, já que nas Copas de 1958 e 1962 ele defendia o Alvinegro.



A transferência dele das Laranjeiras para General Severiano foi bastante tumultuada e aconteceu em uma reunião entre dirigentes alvinegros e tricolores na casa de um diretor do Flu. Estava tudo acertado para que o jogador fosse para o Botafogo, mas um diretor do Fluminense, querendo melar a transação, pediu mais 15 centavos - no acordo o Botafogo pagaria um milhão e meio de cruzeiros. Só que o jornalista João Saldanha (ganhará uma homenagem em breve aqui no blog) estava participando da reunião. O Sem Medo foi ao carro buscar os 15 centavos que foram pedidos pelos tricolores, que não estavam contando com isso. Foi aí que a rivalidade entre os clubes cresceu mais, pois o Fluminense não aceitou a esperteza que do Botafogo.



Didi jogou entre 1956 e 1959 pelo Glorioso - foi o clube pelo qual jogou mais (313 jogos), marcando 114 gols. Nilton Santos, Didi e Garrincha formaram um trio inseparável tanto no Botafogo como na Seleção Brasileira. Durante sua passagem pelo Botafogo, foi emprestado ao Real Madrid (onde jogou com os lendários Di Stéfano e Puskas), Sporting Cristal e São Paulo, mas o clube paulista estava mais empenhado na construção do Morumbi e isso fez com que Didi começasse a pensar na aposentadoria. Em 1966 se aposentou jogando pelo Tricolor Paulista e seguiu a carreira de treinador até o começo dos anos 90, quando decidiu se afastar do mundo do futebol.



Como técnico, Didi treinou as seleções do Peru e do Kuwait, e os clubes Sporting Cristal (Peru), River Plate (Argentina), Fenerbahçe (Turquia), Fluminense, Cruzeiro, Al-Ahli (Arábia Saudita), Botafogo, Fortaleza, São Paulo, Alianza Lima (Peru), Bangu e Atlético Mineiro. Ele treinou a famosa Máquina Tricolor de 1975.

Didi faleceu em 12 de maio de 2001 no Hospital Pedro Ernesto, bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, em decorrência de complicações provocadas pelo câncer. Foi velado na sede do Alvinegro (General Severiano) e foi enterrado no cemitério São João Batista, os dois locais no bairro de Botafogo. Nada poderia ser mais adequado...

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